terça-feira, março 22, 2005

Quantas vezes...

Quantas vezes pensamos e reflectimos sobre a ética profissional do encenador, do actor, do técnico de som e luz, do figurinista, do cenógrafo?

Quantas vezes nos olhamos numa prespectiva de classe global que deve ser unida em vez de ser espartilhada?

Quantas vezes pensamos na existência dos "guetos" artísticos?

Quantas vezes nos unimos na luta da dignificação da classe das artes performativas?

Quantas vezes pensamos na nossa responsabilidade enquanto agentes culturais?

Quantas vezes queremos realmente transmitir algo que nos toca, preocupa, revolta ou repulsa?

Quantas vezes montamos um projecto baseado numa filosofia honesta, sólida e coerente?

Quantas vezes fomos nós altruístas e não narcisistas e egocêntricos?

Quantas vezes servimos nós o Teatro?

Quantas vezes nos servimos do Teatro?

segunda-feira, março 21, 2005

Os plágios.

Quem é artista cria e não copia. Sou de opinião que só há talento onde se detecta criatividade. Quando o assunto é cópia, não há o que se falar de talento, mas sim de habilidade, de destreza.

O que é o Plágio?

Plágio ocorre quando o executor procura imitar deliberadamente, total ou parcialmente, a obra de um outro artista; nela, o plagiador, dissimulando ou não, objectiva fazer parecer aos leigos que aquela criação artística é dele, já que a assina.

e o que é releitura artística?

A releitura artística acontece quando se objectiva criar uma nova obra de arte, tomando por base um motivo utilizado por outrem, usando-o de forma diversa, sem qualquer compromisso com a verossimilhança, no que se refere à obra objecto da releitura.

Já constatei que há escritores, coreógrafos e encenadores que se fartam de plagiar ideias ou outros textos "não conhecidos" para se livrarem das suas frustrações criativas. Alegam que os textos são deles, ou que fizeram releituras artísticas (julgando que o resto do povo é ignorante e que não tem acesso - coincidentemente ou não - às obras aparentemente desconhecidas ou esquecidas que essems mesmos autores leram ou viram.

No outro dia ouvi uma expressão: "As palavras que dizemos não são nossas. Dizemo-las porque as ouvimos".

É perfeitamente natural que ao criar estejamos a utilizar memórias e ligações subconscientes. Mas daí a criar histórias aparentemente originais, mas que depois de comparadas com outras obras, mais parecem um 6 no totoloto, fico a pensar se isso não será um plágio. Por mais que se diga que apenas é uma releitura artística...