segunda-feira, abril 19, 2010

A nuvem cinza paira sobre as nossas cabeças...

O acontecimento da erupção vulcânica e da consequente nuvem de cinza que levou à acumulação de gente nos aeroportos, gente essa que ao fim de alguns dias já não tem dinheiro para comer leva-me a pensar no seguinte:

- Quem viaja de avião (turistas e etc) ao fim de três dias já não tem dinheiro para comer? E então que é feito do sistema ATM - vulgo Caixas Multibanco - que permite efectuar levantamentos mesmo a partir de contas no estrangeiro?

- Há quem se queixe que não consegue tomar banho há varios dias: o exército portugues possui trailers com balneários... será que é para ficarem estacionados?

- A AMI e outras associações de ajuda humanitária não intervêm nestes casos porquê? Será que os requisitos para desbloquear os milhões dos fundos de ajuda internacional não prevêm este tipo de situação? Mesmo o pobre turista não merece qualquer tipo de ajuda por motivos que lhe são alheios?

De ambas as partes, acho cada vez mais admirável a estupidificação generalizada...

sexta-feira, abril 16, 2010

Sobre o Actor

É que não há negro em Espanha

Nem escravo em Argel se vende

Que melhor vida não tenha

Que um actor. Isso garanto.

Acorda antes de Deus,

Escreve, estuda, interpreta

Desde as cinco até às nove

E das nove até às doze.

Come a correr,

Corre ao curral,

Sai de lá depois das sete

E quando vai descansar

Há ordens de um presidente,

De um ouvidor, de um alcaide,

Dum fiscal ou dum regente

E a todos vai atender.

A qualquer hora que o chamem

Há teatro!

Estudar sempre, toda a vida,

E andar sempre pra diante,

Não há no mundo trabalho

Que a este possa igualar-se,

Esteja chuva, esteja sol,

Esteja vento, esteja neve,

Esteja frio, estejam trovões,

Pouco comer, fazer fretes

E sempre tantas as faltas

E tantas as opiniões                    In Loa de Benavente