sábado, julho 23, 2005

De tanta desculpa, protesto, manifestação contra a atribuição indevida de subsídios, porque não fazem as ditas companhias de teatro o seu próprio manifesto? Mas não o façam através de reuniões, abaixo assinados, etc... Ou será que dá mais trabalho fazer aquilo que realmente lhes compete (criação)????

Conversa entre Corifeus (Grécia - séc V a.C.)

- Olha, já não vou levar a obra ao festival. Os meus patrocinadores cortaram-me o subsídio...
- Ai é??? Mas que grande tragédia... e agora?
- Agora em vez de ensaiarmos, vamos organizar umas reuniões para escrever uns abaixo assinados.
- E porque nao levam a peça à cena na mesma?
- Isso agora... Se o fizéssemos assim mostrávamos que os subsídios não serviam pra coisa alguma...

terça-feira, julho 12, 2005

Sobre Terrorismo Mundial... e Nacional

Eles lá estão, os terroristas. Quando menos esperamos, ceifam a vida de cidadãos inocentes.
Eles lá estão, os tipos do G8. Que face ao terrorismo declararam guerra aberta aos "maus". Ainda bem que eles existem, não? E o negócio das armas do Bush? E os impostos a crescer? e a gasolina? E os cidadãos europeus, agora tão lindos, quietinhos e adestrados pela Política do Medo?

Eles lá estão, os incendiários. Chegamos ao verão, e parece que é época de caça.
Os bombeiros, tentam tudo. Os populares também...

E os governantes também lá estão. Coloca-se o corpo de intervenção nos aeroportos quando cheira a ameaça de bomba à escala europeia. Porque raio não se declara guerra aberta também a esta espécie de terrorismo interno que nos flagela todos os anos? Tal como num país que sofre atentados terroristas constantes, a nossa economia também decresce, o património é destruido, vidas também se perdem, o turismo é o que se sabe... e por aí fora...

Será que temos que acender uma velinha para pedir aos Santos para que estes cogumelos de governantes que temos, combatam ferozmente e se empenhem a lutar contra este "terrorismo" doméstico??? Deixem de assomar à janela do Bairro Europeu!!!! Tratem da nossa casa também!

quarta-feira, julho 06, 2005

A extinção do Ballet Gulbenkian

Foi com pesar que vi estupefacto no telejornal a extinção do Ballet Gulbenkian...
Como é possivel, resolverem dar cabo da estrutura mais sólida que temos no país a nível de dança clássica e contemporânea?????? Os outros, deixa-os andar a mamar nos subsídios... Pululam por aí bailarinos e companhias com créditos manhosos e inflados de pseudo-prestígio intelectual... E os bimbos dos gabinetes de MC, IPAES, IPAR e o IDEPORAIOQUEVOSPARTA, lá vão ceifando a torto e a direito, cortando o trigo e deixando o joio...
Lembro-me sempre do Jorge Palma a cantar: Ai Portugal, Portugal / de que é que estás a espera / tens o pé numa galera / e outro no fundo do mar...
Ao que o Fausto responderia: Vai ao fundo, vai ao fundo / E vai ao fundo, sim senhor / Que vida boa era a de Lisboa.

domingo, julho 03, 2005

A crise...

Meus senhores, Portugal está em crise. Mas isto não é nada de novo. Portugal é um país, que sempre se debateu pela sobrevivência desde a hora do seu nascimento. Um país cheio de conflitos internos, traumas de infância e de adolescência.
Portugal está em crise, financeira, política, económica, pedagógica... Portugal esteve sob o jugo da ditadura, libertou-se, amadureceu... vive a sua liberdade...

Hoje em dia, sinto que o meu país continua a viver a sua liberdade (ou será libertinagem???).

Que belo pretexto temos nós agora para justificar a nossa preguiça de sermos empreendedores... O que fariam os portugueses sem os tradicionais bodes expiatórios?

No que me diz respeito, sinto mesmo que os próprios responsáveis catalizdores da mobilização dos portugueses, estão adormecidos à sombra do seu próprio tacho.

A coisa vai de mal a pior, diz o povo pela rua... o povo que saiu à rua... e que agora se fechou cómodamente em casa, ao som dos reality shows...

Os antigos revolucionários estão todos a partir (virtude da ordem natural das coisas) mas o que me assusta é que as novas formas de revolução é apenas ficar reunídos em círculos, apanhando umas mocas (e sob efeito anestésico, lutam por um mundo melhor... o tal que aparece envolto no nevoeiro dos bafos)

Qual é o papel do teatro hoje em dia em portugal, face a esta situação? O de se deixar abater na boca dos susbsídiodepedentes? Hoje em dia a crise é suficiente para aniquilar uma companhia? Onde está a vontade de mudar? As artes (e nomeadamente o Teatro em Portugal) perderam a virtude de expôr e lançar à reflexao o debate sobre isto tudo?

Eu sei que quem o faz é "politicamente" e "correctamente" exilado, abatido, preso. Hoje em dia há outras formas de pidescas e fascistas de calar a liberdade de expressao e opinião.

Mas tenho a esperança que novos cravos amadureçam rapidamente.

Olhemos o passado da nossa cultura e das outras culturas em situações semelhantes. Aprendamos com os erros, mas não os deixemos repetir!!!