segunda-feira, março 23, 2009

Um desafio...

Um desafio...

Eu gostava de lançar um pequeno desafio:

Experimentem viver durante 7 dias apenas podendo gastar em cada dia um máximo de até 3 euros.
Seja o que for que sentirem, não poderão ultrapassar essa quantia, e se esta for totalmente gasta, só poderão gastar de novo 3 euros no dia seguinte.

Sintam ou não fome, sintam vontade de fumar cigarros, sintam vontade de comprar ou seja o que for, irão ver que sentimentos começam a aflorar...

Saibam o que é não ter como andar de transportes publicos, não ter como tomar um café, ou comprar uma garrafa de água, ou um pacote de cigarros ou de chiclets.

Saibam o que é não poder entrar numa pastelaria fina ou numa loja de sapatos. Ou não poder carregar o telemóvel.

Saibam o que é ter de andar a pé, não poder usar o automóvel ou mota.

Saibam o que é não poder usar luz em casa, pois os 3 euros por dia não chegam.

Saibam o que é ter que arranjar comida gerindo 3 euros por dia...

Saibam o que é ser consumista... e saibam onde no consumo está o essencial e o supérfluo...

Esse será o primeiro passo para combater a crise...

terça-feira, março 10, 2009

Faltam 47 dias para o 25 de Abril...

Começo a pensar que o 25 de Abril não foi uma revolução mas sim uma insurgência.
O meu pai costuma dizer-me: tu não sabes destas coisas não viveste no tempo da ditadura. Ao que costumo responder: eu não nasci no tempo do fascimo, talvez. Mas vivo actualmente no tempo da ditadura. Naquela ditadura bem mais perigosa, porque está disfarçada nas pequenas coisas socialmente aceites. E na discussão dizia: não sabes o que é não ter liberdade de expressão. Então não sei? Hoje em dia não se manda ninguém preso. Abafa-se por outros meios (desacredita-se, monta-se todo um teatro para descredebilizar alguém, disfarça-se, manipula-se)
Até acho que o fascismo pelo menos era mais honesto (e ingénuo) por isso é que é tão óbvio e fácil de combater um regime fascista.

O 25 de Abril serviu para libertar o povo da opressão do regime. Muito bem! Aplaudo todos os que estiveram na revolução e aplaudo todos os que vivem e subsistem à custa do revivalismo ou saudosismo dos idos tempos do PREC. Mas continuo a perguntar... porque é que o PREC ficou a meio caminho?

Simples: porque os ditos revolucionários não prestaram atenação aos burgueses oportonustas (ou será que alguns burgueses oportunistas actuais não terão sido revolucionários activos do PREC

Hoje em dia, o tipo que andou de enxada a construir um caminho comunitário, é o gajo que é administrador da BRISA e cobra portagens...

O gajo que fazia a distribuição comunitária do campo agrícola, hoje é o gajo da construtora civil que compra o terreno para loteamentos de luxo (especulados).

O que foi o 25 de Abril afinal? O que mudou? Segundo Lavosier: "Nada se cria, nada se perde, tudo se transforma". Então se nada se perde, perdemos as ideologias fascistas? ou estas se transformaram? Criou-se a verdadeira democracia, ou esta se transformou? Temos agora uma ditadura democrática ou uma democracia fascista? Parece-me que de facto o 25 de Abril não trouxe tanta liberdade como se pensa... trouxe mais uma simbiose de ideologias...

Onde estão os direitos do homem que os revolucionarios soletravam? Nenhum deles ainda está vivo e activo no parlamento? Ou serão já seres raros nos claustros da Assembleia da República?

Onde está essa Grândola Vila Morena, terra de fraternidade? Ou já está parecida com a terra prometida da qual os Judeus foram expulsos?

Onde estão os princípios democráticos da Revolução Francesa: Liberdade, Igualdade, Fraternidade?

Que liberdade de expressão pode ter um trabalhador a recibos verdes, ou um assalariado de uma multinacional que fecha as portas para ir para um país com mão de obra mais barata que a nossa?

Onde estão os direitos civis violados pelo novo código do trabalho?

Esta minha opinião vale o que vale... Ainda se há-de discutir se o 25 de Abril deverá ser feriado ou não... E a festa do Avante será um museu saudosista, onde se vai apenas comer bifanas e beber mojitos só para não dizer que se esqueceu também de Cuba...

Em nome de todos aqueles que sobrevivem por condições de vida condigna, eu grito bem alto:
Chega de cinismos...

terça-feira, março 03, 2009

A máquina dos sonhos que avariou... Um conto para adultos

(Este texto é meu e podem copiá-lo, mas agradecia que mantivessem o nome do autor: Nuno J. Loureiro)

Era uma vez um inventor que decidiu inventar uma máquina de fazer sonhos.
trabalho dia e noite, anos e anos até descobrir como se fazia esta máquina.
E lá concretizou a dita máquina.
Quando a pôs em funcionamento, as pessoas andavam felizes. Pois graças a essa máquina podiam concretizar os seus sonhos: ter coisas que de outra forma não poderiam ter, ir a sítios que de outra forma não poderiam ir, vestir-se com roupas que de outra forma não poderiam vestir, jantar em restaurantes que de outra forma não poderiam jantar e por aí fora.
E a máquina lá ia dando a possibilidade à pessoas de concretizarem os seus sonhos. Que maravilha: casas, carros, roupa, compras, televisões, computadores, telemóveis, viagens, férias de sonho, tudo o que se quiser imaginar.

E um certo dia, a máquina começou a ficar sobrecarregada. Porque havia uns duendes que ao mesmo tempo tinham a responsabilidade de a manter a funcionar, tornaram-se gananciosos e começaram a ir à máquina para concretizar os seus próprios sonhos...

Como em tudo na vida, a máquina começou a entravar... E os sonhos das pessoas já eram mais difíceis de concretizar. Então os duendes decidiram diminuir a capacidade de produção da máquina. Mas há sonhos que precisam de outros sonhos e outros sonhos e outros sonhos... E a máquina a entravar... Mas os duendes lá iam buscar na mesma os seus próprios sonhos...

Então o inventor viu que a máquina estava quase a explodir e disse a toda a gente:
- Estamos com uma situação complicada. A máquina tem de parar.
As pessoas então gritaram "Não pode ser, não pode ser!"
E o inventor respondeu:
- Pronto, está bem... Vamos então por mais combustivel para fazer sonhos a ver se ela se aguenta.
E lá meteu mais combustivel... Mas os duendes, mal viram que a máquina estava de novo atestada, lá começaram a usurpar os sonhos para eles... e o inventor disse:
- Afinal a máquina continua a ter problemas... é preciso começar a desistir dos sonhos
E as pessoas disseram:
Não pode ser, não pode ser!
Então o inventor pediu silêncio à manifestação. Fez-se silêncio...
- Vamos lá a ver se nos entendemos. Esta máquina que eu inventei, afinal tem um defeito. É que para poder continuar a dar sonhos a toda a gente, vocês têm de devolver os sonhos à máquina. Senão ela continua a entrar em parafuso.
E as pessoas responderam:
- Não pode ser. Agora como é que vamos fazer? Vivemos em casas que foi a máquina que nos deu, andamos com carros que a máquina nos deu, comemos comida que a máquina nos deu. Vamos perder isso tudo só para que a máquina volte a funcionar em condições?
O inventor chateou-se e disse:
- Vocês não entenderam que se mantiverem esses sonhos por muito tempo acabarão por perde-los?
E as pessoas lamentaram-se:
- Mas então vamos passar a viver sem essas coisas? Vamos ser iguais uns aos outros? Então como poderemos ostentar coisas? Como poderemos exibir luxos? Como poderemos viver o sonho de sermos mais do que o que somos?
O inventor respondeu:
- Se querem tanto manter esses sonhos, então só basta capacitarem-se que serão escravos da máquina.

E as pessoas optaram por ser escravas, porque não podiam suportar uma vida, vivendo com as suas reais posses... e foram infelizes para sempre...

segunda-feira, março 02, 2009

Democracia?? E que tal Cleptocracia?

A palavra Cleptocracia, de origem grega, significa literalmente “Estado governado por ladrões”. A cleptocracia ocorre quando uma nação deixa de ser governada por um Estado de Direito imparcial e passa a ser governada pelo poder discricionário de pessoas que tomaram o poder político nos diversos níveis e que conseguem transfomar esse poder político em valor econômico, por diversos modos.

O Estado passa a funcionar como uma máquina de extração de renda ilegal da sociedade, isto é, população como um todo, em contraposição à máquina de extração de renda legal, o sistema de cobrança de impostos, taxas e tributos dos Estados que vivem em um regime não-cleptocrático.

Todos os Estados tendem a se tornar “cleptocracia” se não ocorrer um combate real pelos cidadãos, em sociedade. Em economia, a capacidade de os cidadãos combaterem a instauração do Estado cleptocrático é fortemente correlacionada ao capital social da sociedade.

A fase “cleptocrática” do Estado ocorre quando a maior parte de sistema público governamental é capturada por pessoas que praticam corrupção política.

Fonte: Wikipedia