Um relacionamento acaba? Por quê?
Achas que viveste todas as etapas, início, meio e final?
Tens a certeza que não deixaste nenhuma porta encostada, nenhuma etapa para trás?
Nada é mais perigoso do que sair de um relacionamento e deixar uma porta encostada. Ela não está aberta para que entres novamente e não está fechada definitivamente para que consigas seguir a tua vida tendo força para abrir novas portas.
Portas encostadas são obras de amores mal resolvidos, que por um ou outro motivo deixaram as suas marcas. São como feridas em cicatrização, a dor não é insuportável, mas é constante, incomoda, perturba.
Uma porta encostada nunca se fechará sozinha, não existe tempo para isso.
Para que ela se feche, ela precisa da tua ajuda. Só o teu empurrão poderá fecha-la.
E para se fechar a porta de um amor mal resolvido, ele tem que ser vivido na sua totalidade. É preciso passar por todas etapas, atracção, paixão, amor, convivência, amizade, discussões e fim. Este trajecto do amor pode ser percorrido em poucas semanas ou durar muito tempo, mas é importante que o ciclo se feche. Caso não aconteça, ficarão as fantasias, as idealizações e a persistência, mesmo tendo plena consciência de como essa relação faz mal.
É o fechar da porta que nos liberta para sermos felizes outra vez.
Quando terminamos um relacionamento antes que o ciclo se complete, simplesmente deixaremos inúmeros sentimentos e vontades de lado, como se isso nunca tivesse existido.
Mas como pode deixar tudo isso de lado?
Não, não podemos. Não podemos simplesmente esconder no inconsciente. Assim, na superfície podemos nos tornar amorosos, mas lá no fundo o tumulto está escondido. Mais cedo ou mais tarde, num momento de carência ou dúvida esse sentimento vai manifestar-se e iremos sofrer com esses altos e baixos.
Por digo, um relacionamento não precisa ser eterno, mas precisa de ser total. A sua totalidade, traz a liberdade do sentimento, que é o mais importante anseio do homem.
Podemos conseguir tudo, mas se você não formos livres, ficará sempre uma dor.
Se "devemos algo" ao antigo namorado(a), marido/mulher, se for esse o caso, dedica tempo a resolver isso. Nunca “estejas em débito” com algo que te faz mal. Dá-lhe um final, e bate com essa porta definitivamente.
Não vivas tentanto enganar-te, mentindo para ti mesmo. Aquele que mente, vive em mentiras e atrai mentiras. E as pessoas só conseguem estar conectadas com a existência através da verdade.
Não existe nada de errado em assumir a tua verdade, em assumir que o teu relacionamento deixou marcas que precisam ser resolvidas.
Não deixes que o ego fale mais alto. Tu sabes que o sentimento existe, que a porta está encostada.
A maioria das vezes não precisas nem sequer estar junto da pessoa para fechar essa porta, basta assumir, encarar, falar dos teus sentimentos.
Só precisas de assumir que estás neste estado temporáriamente, e consequentemente ele irá mudar, basta perderes o medo de falar dele, de pensar nele. Não trates isso como um segredo. Trata isso como um compromisso que precisa de ser resolvido, e não prolongues nem mais 1 dia.
Desmistifica-o, liberta os teus sentimentos, assume os riscos e sê feliz. Fala das tuas dúvidas, dos teus sentimentos com alguém em quem confias, elege um amigo, alguém que realmente goste de ti, e abre-te. Quanto mais tempo guardares esse sentimento só ti, mais perdido e sem saída irás ficar.
A vida é generosa, outras portas abrir-se-ão, assim que fechares esta porta. E a vida enriquece quem se arrisca. Privilegia quem descobre os seus segredos. Mas a vida também pode ser dura e cruel. Se não ultrapassares a porta encostada, terás sempre a mesma porta pela frente.
É a repetição perante a criação, é a estagnação da vida.
Entende de uma vez que as portas não são obstáculos, mas diferentes passagens!
2 comentários:
Uma boa reflexão, meu amigo.
Realmente, deixar portas entreabertas é do pior que há.
Quando se fecham, é o alívio!
Acabam-se as correntes de ar que são
perniciosas.
Um abraço!
do teu amigo Mário Rui Filipe(ESMAE, "O gigante Egoísta).
Agora, já percebo o que queres dizer :)
Fecha a porta! Nas entreabertas não cabe o teu coração.
Um beijo
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