terça-feira, junho 23, 2009

Não gosto

Não gosto que me segurem a mão, nem que me toquem so porque sim.

Não gosto que vulgarizem os meus gestos.

Não gosto de caminhar sozinho, nem de ter que conversar comigo, de percorrer os lugares e as pessoas e NÃO de ver apenas os lugares e as pessoas.

Não gosto de pessoas infelizes, que querem parecer aquilo que não sao, ao invés de se preocuparem em serem muito bem aquilo que são.

Não gosto de ouvir o que não tenho de ouvir, de falar com quem não gosto, de "engolir" o que não mereço.

Não gosto de crianças pequenas que se acham grandes mulheres, nem de mulheres que se comportam (constantemente) como crianças pequenas.

Não gosto de mulheres que se esquecem que, para o serem, o seu coraçao nao pode perder a grandeza de uma criança.

Não gosto de pessoas que só querem o que não têm e quando têm o que querem, nao sabem do que é que gostam.

Não gosto de dúvidas nem de confusôes, de meias palavras e indefinições.

Não gosto de me dar a metades, e viver de migalhas, de viver com "ses", porque na minha vida nao há espaço para "SE eu fosse".

Não gosto que me peçam desculpas, mas que as evitem. Muito menos que me façam ter que pedir desculpas.

Não gosto de atrasos, de promessas falhadas, de encontros desmarcados, de palavras vãs e de faltas de palavra, de planos certos que não se põem em prática.

Não gosto de frases dramáticas.

Não gosto de pessoas que não vivem, que apenas existem.

Não gosto de quem encara a vida como "um esboço" que pode ser apagado e rematado, porque

Não há espaço para "texto definitivo", só se vive uma vez.

Não gosto do dito por não dito, de tudo o que é mal feito.

Não gosto de pessoas fúteis.

Não gosto de pessoas que não são cheias de pormenores.

Não gosto de auto-estimas tão elevadas que se tornam arrogâncias.

Não gosto de quem não é carregado de simplicidade e humildade.

Não gosto de quem não tem nivel e não sabe "ser", só parecer o que convém.

Não gosto de competições, de tempos contados, de prazos de validade.

Não gosto de não ver o outro lado das coisas, de ignorar pontos de vista.

Não gosto de salas de teatro vazias, de musica pesada e, sobretudo, não gosto que me deem música.

Não gosto de intrigas nem de histórias mal contadas.

Não gosto de não poder acreditar nas outras pessoas,

NAO GOSTO DE VOLTAR ATRAS E AINDA MENOS QUE VOLTEM ATRAS COMIGO.

Não gosto de quem não acredita em nada e muito menos no poder de acreditar.

Não gosto dos que desistem antes de tentar.

Não gosto de formar juizos próprios sem ter em conta outras opiniões.

Não gosto de construir sonhos a volta de grandes pessoas e de, com o passar do tempo, descobrir que grandes, apenas eram os sonhos.

Não gosto de pessoas que não são livres, e das que se acham auto-suficientes.

Não gosto de partilhar a minha intimidade sem ser intimo, de sexo sem amor.

Não gosto de não dar as certezas,o beneficio da duvida.

Não gosto de quem faz exactamente aquilo que "aponta".

Não gosto de individualistas, que vivem , apenas importando-se com os seus interesses e o seu bem estar.

Não gosto de egoísmos e cobardias.

Não gosto de quem nao agarra as coisas com a mesma força que tem em possui-las.

Não gosto de não SER EU.

Mas, acima de TUDO,

Não gosto de perder a alegria e a vontade contagiante de continuar a viver, a sorrir, a brincar, a dormir, a partilhar e a gostar do MUNDO e das pessoas.

quinta-feira, junho 11, 2009

Portas...

Um relacionamento acaba? Por quê?

Achas que viveste todas as etapas, início, meio e final?

Tens a certeza que não deixaste nenhuma porta encostada, nenhuma etapa para trás?

Nada é mais perigoso do que sair de um relacionamento e deixar uma porta encostada. Ela não está aberta para que entres novamente e não está fechada definitivamente para que consigas seguir a tua vida tendo força para abrir novas portas.

Portas encostadas são obras de amores mal resolvidos, que por um ou outro motivo deixaram as suas marcas. São como feridas em cicatrização, a dor não é insuportável, mas é constante, incomoda, perturba.

Uma porta encostada nunca se fechará sozinha, não existe tempo para isso.

Para que ela se feche, ela precisa da tua ajuda. Só o teu empurrão poderá fecha-la.

E para se fechar a porta de um amor mal resolvido, ele tem que ser vivido na sua totalidade. É preciso passar por todas etapas, atracção, paixão, amor, convivência, amizade, discussões e fim. Este trajecto do amor pode ser percorrido em poucas semanas ou durar muito tempo, mas é importante que o ciclo se feche. Caso não aconteça, ficarão as fantasias, as idealizações e a persistência, mesmo tendo plena consciência de como essa relação faz mal.

É o fechar da porta que nos liberta para sermos felizes outra vez.

Quando terminamos um relacionamento antes que o ciclo se complete, simplesmente deixaremos inúmeros sentimentos e vontades de lado, como se isso nunca tivesse existido.

Mas como pode deixar tudo isso de lado?

Não, não podemos. Não podemos simplesmente esconder no inconsciente. Assim, na superfície podemos nos tornar amorosos, mas lá no fundo o tumulto está escondido. Mais cedo ou mais tarde, num momento de carência ou dúvida esse sentimento vai manifestar-se e iremos sofrer com esses altos e baixos.

Por digo, um relacionamento não precisa ser eterno, mas precisa de ser total. A sua totalidade, traz a liberdade do sentimento, que é o mais importante anseio do homem.

Podemos conseguir tudo, mas se você não formos livres, ficará sempre uma dor.

Se "devemos algo" ao antigo namorado(a), marido/mulher, se for esse o caso, dedica tempo a resolver isso. Nunca “estejas em débito” com algo que te faz mal. Dá-lhe um final, e bate com essa porta definitivamente.

Não vivas tentanto enganar-te, mentindo para ti mesmo. Aquele que mente, vive em mentiras e atrai mentiras. E as pessoas só conseguem estar conectadas com a existência através da verdade.

Não existe nada de errado em assumir a tua verdade, em assumir que o teu relacionamento deixou marcas que precisam ser resolvidas.

Não deixes que o ego fale mais alto. Tu sabes que o sentimento existe, que a porta está encostada.

A maioria das vezes não precisas nem sequer estar junto da pessoa para fechar essa porta, basta assumir, encarar, falar dos teus sentimentos.

Só precisas de assumir que estás neste estado temporáriamente, e consequentemente ele irá mudar, basta perderes o medo de falar dele, de pensar nele. Não trates isso como um segredo. Trata isso como um compromisso que precisa de ser resolvido, e não prolongues nem mais 1 dia.

Desmistifica-o, liberta os teus sentimentos, assume os riscos e sê feliz. Fala das tuas dúvidas, dos teus sentimentos com alguém em quem confias, elege um amigo, alguém que realmente goste de ti, e abre-te. Quanto mais tempo guardares esse sentimento só ti, mais perdido e sem saída irás ficar.

A vida é generosa, outras portas abrir-se-ão, assim que fechares esta porta. E a vida enriquece quem se arrisca. Privilegia quem descobre os seus segredos. Mas a vida também pode ser dura e cruel. Se não ultrapassares a porta encostada, terás sempre a mesma porta pela frente.

É a repetição perante a criação, é a estagnação da vida.

Entende de uma vez que as portas não são obstáculos, mas diferentes passagens!