É que não há negro em Espanha
Nem escravo em Argel se vende
Que melhor vida não tenha
Que um actor. Isso garanto.
Acorda antes de Deus,
Escreve, estuda, interpreta
Desde as cinco até às nove
E das nove até às doze.
Come a correr,
Corre ao curral,
Sai de lá depois das sete
E quando vai descansar
Há ordens de um presidente,
De um ouvidor, de um alcaide,
Dum fiscal ou dum regente
E a todos vai atender.
A qualquer hora que o chamem
Há teatro!
Estudar sempre, toda a vida,
E andar sempre pra diante,
Não há no mundo trabalho
Que a este possa igualar-se,
Esteja chuva, esteja sol,
Esteja vento, esteja neve,
Esteja frio, estejam trovões,
Pouco comer, fazer fretes
E sempre tantas as faltas
E tantas as opiniões In Loa de Benavente
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