segunda-feira, abril 19, 2004

A que velocidade queremos nós a fama?

A fama deveria ser considerada o 8º pecado mortal. Para que se quer a fama? O que se faz com ela? Será que para se atingir a fama, é necessário correr riscos, esquecer a auto-estima, os valores, os afectos? Provavelmente não será essa a verdadeira fama. Eu comparo a fama à comida. Temos a "fast-fame", comparável a um hamburguer. Dos tempos modernos, eficaz, rápida, comestível, digerível e rápidamente expelida, inutilizada e ultrapassada. E a fama "tradicional". Um prato que demora tempo a confeccionar, leva bastantes ingredientes, saborosa, temperada, com sal q.b., para ir comendo devagar, saboreando cada momento.



A nossa sociedade actual obriga-nos a viver a um ritmo alucinante. Por isso aplicamos essa noção de velocidade a tudo o que nos rodeia, inclusive ao universo que povoa os nossos sonhos. E a fama é um dos habitantes mais "famosos" desse mundo. Querer atingi-la rapidamente, pode ser a mesma experiência que partir à procura de um pote de ouro na ponta de um arco-íris. Quando queremos desesperadamente atingir a fama, aquela que verdadeiramente atingimos é a fama de idiotas. E olhem que´há muita gente a ganhar dinheiro à custa disso. Basta vermos as figuras tristes que desfilam pelas passereles desses freak-shows denominados "Uma mulher de sonho", "ìdolos" e afins. Os pobres coitados a quem lhes são dilacerados os sonhos e as esperanças, acabam por ter um momento de tv onde todos param para os ver. No entanto, o nascer da fama para esses, acabou por ser um nado morto. Mas quem disse que a fama rápida não é cruel e não tem um preço elevado?

Assim se pagam os pecados... com preços elevados!

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