segunda-feira, maio 30, 2005


Eis o Mr. Frosty que veio da Polónia e vai-me acompanhar até lá!

Período de férias

Estou quase a chegar ao fim do meu contrato. Vou tirar umas mais que bem merecidas férias. Dia 1 de Junho mando-me para a Polónia. Mas não vou deixar de estar por "cá". Acabei de criar um fotolog expressamente para que possa partilhar as minhas "aventuras" e "desventuras".

Para quem quiser visitar e deixar comentários ou sugestões cliquem em

http://subpalco.gigafoto.com.br/

esta foi a forma mais rápida que encontrei de "postar" as fotos online...

sábado, maio 28, 2005

O menos mau das noites nocturnas de um par de dois

No outro dia (para ser mais preciso, na passada quinta-feira) fui ver um espectáculo muito, mas muito bom. Trata-se de "O Menos Mau das Noites Nocturnas de Um Par de Dois". Está em cena até dia 12 de Junho na Sala Estúdio Latino (Teatro Sá da Bandeira, Porto). Os bilhetes são acessíveis. Aproveitem para lá dar um salto e assistir a um dos poucos exemplos de humor INTELIGENTE feitos em Português, para portugueses - e estrangeiros. Aqui fica a minha recomendação: Teatro da Palmilha Dentada. "O Menos Mau das Noites Nocturnas de Um Par de Dois". Os meus sinceros parabéns ao Rodrigo e ao Ivo, ao Ricardo e ao restante pessoal que colaborou na realização deste espectáculo delicioso.

Para saber um pouquinho mais:

http://www.agendadoporto.pt/indi/215.htm

ou então visitem mesmo o site deles em:

http://palmilhadentada.com/inicio.html

quarta-feira, maio 25, 2005

Sobre encenação:

Citando António Pedro no seu livro "Pequeno tratado da encenação", primeiro parágrafo do prefácio e dedicatória:
"A encenação é uma arte e não pode deixar de ser um artista o encenador. Regras, princípios, delimitações deontológicas e o próprio conceito estético de que depende a sua concepção e a concepção do seu agir, são matéria duma sabedoria por natureza discutível e contraditória, não ciência certa adquirida por experiência laboratorial parcelada e adicionada por erudição."
No entanto, tenho visto encenadores, que não possuem a mínima mestria de dirigir. São uns charlatães. Valem-se da experiência e do talento dos próprios actores para depois recolherem os louros da suas "supostas" encenações.
Encenadores que se limitam a um processo básico e extremamente instantâneo: Ensaio de mesa, marcação, ensaios corridos, ensaios corridos, ensaios corridos, ensaios corridos... estreia (por vezes, falsas estreias).
Ser encenador é ser o maestro de uma equipa de artistas. Mas isto não faz dele o chefe "supremo" autoritário e totalitarista. Um encenador deve ser um líder, mas não um ditador.
Encenar é saber escolher a peça certa para os actores que dispõe, ou os actores certos para a peça que quer pôr em cena. Não é apenas criar em "fornada de pão" uma série de produtos e sub-produtos teatrais que apenas são criados com o intúito de ter algo para vender.
Encenar é ter vontade de afirmar algo. De pintar um ponto de vista, uma crítica, uma reflexão. Não é dispor de actores e manipulá-los a seu bel-prazer com um falso intuíto estético ou artístico.
Encenar não é pedir aos actores que sejam macaquinhos de imitação. É dirigi-los ao ponto de que a cena que ensaiam e repetem seja feita com destreza técnica e verossímil.
Encenar não é ludibriar o espectador com efeitos "lúdicos" ou falsamente pedagógicos.
Encenar não é masturbar-se intelectualmente diante de uma plateia de espectadores que vão ao teatro.
Encenar não é demonstrar poder. É dar poder. Distribuir esse poder pela força mágica que só um espectáculo de teatro pode ter.
Encenar não é diminuir os outros, achando-se um ser de excepção.
O encenador é um artista, como todos os outros artistas das diferentes profissões que fazem com que o Teatro seja uma arte multi-disciplinar.

sexta-feira, maio 20, 2005

O insólito aconteceu...

Ora cheguei eu hoje a Aveiro onde estive a semana toda a fazer o espectáculo "Maldita Matémática" quando me deparei com um outro espectáculo! No salão nobre dos Bombeiros Novos de Aveiro, mesmo ao lado do nosso cenário, estava montado todo o equipamento necessário para (pasmem-se) uma recolha de sangue!
É isso mesmo... andavam por lá enfermeiros a preparar o equipamento, e já estava uma fila de dadores, prontos a salvar vidas.
Fiquei espantado e perguntei o que se passava. Ora, responderam-me que tinha havido um engano nas datas e marcaram as duas coisas para o mesmo dia, no mesmo local.
Faltavam 45 minutos para começar o espectáculo, já vinham a caminho perto de 160 crianças, de três escolas diferentes. E depois veio uma pergunta bombástica:

Acha que isto vai fazer alguma diferença ao espectáculo?

Fiz o filme todo na cabeça: Um espectáculo de teatro a decorrer, com 160 miúdos a assistir, a abordar um tema como a Matemática e mesmo ao lado uns espectadores especiais a dar sangue... Isto não faz lembrar o Natal dos Hospitais? Por outro lado, pensei na reacção dos professores e alunos que ali se dirigiam para ver um espectáculo de teatro, paredes meias (só existiam uma especie de biombos que não tapavam tudo) com uma sessão de recolha de sangue. Por mais que eu e a minha colega nos esfalfássemos, talvez a atenção não estivesse voltada para nós.

Como é lógico entrou-se num litígio. O espectáculo (que era às 11 horas) não podia ser cancelado ou adiado para a parte da tarde. A sessão de recolha de sangue também não.

E aqui gerou-se a revolta (nos dadores) - e devo dizer, principalmente naqueles que obtém benefícios fiscais a troco do pretenso acto voluntário de "salvar vidas", porque a recolha teve de ser adiada para outro dia.

Não posso deixar de reflectir no seguinte: Como não podia deixar de ser ouvi as vozes erguidas ao alto dizendo "Eles que façam a festa, dão prioridade às crianças." "As crianças que dêm sangue, já que elas é que tem todos os direitos".

E nós? Eu, a Sandra, a Andrea? Não trabalhamos? Estávamos ali para brincar? Não tinhamos invadido nenhum centro de saúde para fazer Teatro. Estávamos lá há já uma semana a fazer dois espectáculos por dia. Não somos trabalhadores?

O que me deixou mais triste mesmo assim foi o facto de quem cometeu este erro, se ter fartado de pedir desculpas ao pessoal médico pelo facto de terem montado as máquinas e as terem tido de desmontar logo a seguir. Mas não houve uma única alma que nos pedisse desculpas pelo facto de estarmos prestes a começar um espectáculo para a infância, num estado de nervos tal, que se não fosse o nosso profissionalismo, poderiamos simplesmente alegar que não possuíamos condições para tal.

Séc. XXI, sociedade globalizada, informação, civilização por vezes são termos que acho que não chegaram ao conhecimento de determinadas pessoas.

quarta-feira, maio 11, 2005

Mare Nostrum

Por quantos mares nagerameos sem lei nem rei, amedrontados e amotinados, presos na nossa própria embarcação.
Quantas horas desesperadas esperaremos pelo fim, naufrágio inexorável de uma tripulação que já nem moral tem.
Sou um navegador mal-tratado por um capitão atroz, sádico e maquiavélico.
Sou um escravo carregador de pedras para a pirâmide dos Faraós.